Notas explicativas

Canto XII

12.1 O Minotauro: Monstro mitológico com corpo de homem e cabeça de touro. Nasceu da recusa do rei Minós (5.2) em sacrificar um touro enviado por Netuno, o que motivou o deus a fazer com que a esposa de Minós se apaixonasse pelo touro e com ele tivesse um filho, que foi o Minotauro. Depois do seu nascimento, o Minotauro foi aprisionado em um labirinto criado por Dédalo. O labirinto era tão complexo que ninguém jamais conseguira escapar dele e, perdido, sempre acabava devorado pelo Minotauro. O herói grego Teseu (9.4) entrou no labirinto com um carretel de linha oferecido por Ariadne, filha de Minós, conseguiu matar o Minotauro e escapar com vida. Voltar

12.2 O rio Flegetonte (Phlegethon) é o rio de sangue fervente que tortura os pecadores que foram violentos contra os seus semelhantes. Na mitologia grega é um rio de fogo. Dante só revela o nome deste rio de sangue mais adiante. Voltar

12.3 Centauros: Monstros mitológicos que tinham o corpo de cavalo da cintura para baixo e de homem da cintura para cima. Os centauros se destacavam por sua natureza selvagem e violenta. A única exceção era o centauro Quirón. Voltar

12.4 Quirón foi o mais sábio dos centauros. Diferentemente dos outros da sua espécie, Quirón não agia de forma selvagem e era conhecido por sua sabedoria e bondade. Educou vários heróis gregos, entre eles Aquiles (5.8) e Jasão (18.4). Voltar

12.5 Os violentos contra o próximo: Como o Minotauro e os centauros que dividem sua natureza animal com a sua natureza humana, os pecadores mergulhados no rio Flegetonte mantém imersa sua parte animal - bestial e violenta, no rio de sangue daqueles que oprimiram. Quanto mais grave o crime, maior a parte imersa. Os assaltantes, dentro do rio, são indistinguíveis dos centauros, pois têm apenas o peito de fora. São punidos por terem praticado violência contra os bens de suas vítimas. Os homicidas só mantém fora a cabeça. Tiraram a vida de suas vítimas. Os tiranos só mantém acima da superfície suas sobrancelhas. Eles atentaram contra a vida e contra os bens de suas vítimas. Voltar

12.6 Nesso: Centauro que, ao morrer ferido por Hércules (25.3), disse à sua esposa Dejanira que seu sangue era um poderoso afrodisíaco. Dejanira então banhou uma túnica no sangue de Nesso e a deu para Hércules vestir. O sangue revelou-se um veneno e levou Hércules a morte. Voltar

12.7 Alexandre é provavelmente o tirano de Pherae (368-359 a.C), contemporâneo de Dionísio, cuja crueldade extrema fora relatada nas obras de Cícero. Voltar

12.8 Dionísio (430-360 a.C.): foi tirano de Siracusa, Sicilia. Venceu várias guerras contra Cartago e tornou Siracusa a cidade mais poderosa da Itália grega. Dionísio era conhecido por patrocinar o teatro. Era também ator e freqüentemente atuava nos festivais dramáticos de Atenas. [Encarta 97] Voltar

12.9 Azzolino: foi tirano da cidade de Pádua. Voltar

12.10 Obizzo d'Este: foi tirano da cidade de Ferrara. Voltar

12.11 Guy de Montfort: Em 1272, durante a missa numa igreja de Viterbo, Guy de Montfort apunhalou e matou o príncipe Henrique, filho de Ricardo da Cornualha, como forma de vingar a morte de seu pai, vítima do rei Eduardo I. De acordo com Giovanni Villani, o coração de Henrique foi colocado numa taça de ouro sobre uma coluna central da torre de Londres, onde até hoje o sangue pinga sobre o Tâmisa. [Musa 95] Voltar

12.12 Átila, o Huno (406-453): chamado de flagelo de Deus, era rei dos Hunos. Invadiu a Europa deixando um rastro de destruição e morte. Devastou o norte da Itália mas morreu antes que pudesse invadir Roma. Voltar

12.13 Pirro: Segundo alguns comentaristas é o rei de Epiro, que venceu os romanos três vezes entre 280 e 276 a.C. [Musa 95] Para outros é o filho de Aquiles. [Mauro 98] Voltar

12.14 Sexto: o filho mais novo de Pompeu, segundo a maioria dos comentaristas. Outros acreditam que seja Sexto Tarquinio Superbo que estuprou e causou a morte de Lucrécia, a esposa de seu primo. [Musa 95] Voltar

12.15 Rinier da Corneto e Rinier Pazzo: foram famosos salteadores nas estradas da Toscana. [Mauro 98] Voltar