Notas ExplicativasCanto XIX19.1 Na sua segunda noite no purgatório, Dante sonha com a sereia, que representa os pecados da incontinência purgados nas próximas três cornijas: a avareza, a gula e a luxúria. A sereia inicialmente não aparenta ser bela, mas o constante olhar de Dante a transforma, sugerindo que o canto da sereia é uma ilusão dos sentidos. Existe uma intuição de que algo está errado. Esta intuição é representada pela mulher que chama por Virgílio, que desmascara a sereia e mostra que os prazeres por ela prometidos eram falsos. A alegoria sugere que é possível vencer essas tentações através do uso da razão (simbolizada por Virgílio). Voltar 19.2 O anjo do Zelo retira o P da preguiça da testa de Dante e pronuncia a bênção "Bem-aventurados são os que sofrem, pois eles terão consolo", de Mateus 5:4 (no original, o anjo fala latim: Benedicti qui lugent, quoniam ipsi consolabuntur). Voltar 19.3 "A minha alma está presa ao pó", dizem as almas (no original, elas falam latim: adhaesit pavimento anima mea). Esta é a oração da cornija. O trecho é parte do Salmo 119, versículo 25. Voltar 19.4 Os avarentos: A avareza é um pecado materialista, que não consegue ver além das recompensas do mundo material, por isto, as almas permanecerem deitadas, com os olhos permanentemente voltados à terra e incapazes de ver o céu que tanto anseiam. Voltar 19.5 O espírito que chora é o papa Adriano, da família dos condes de Lavagna. Ele, que morreu em 1276, foi papa por apenas 39 dias. Quando Dante se abaixa em respeito à autoridade do papa, ele protesta, lembrando de Mateus 22:30 "[na ressurreição eles] nem casam nem são dados em casamento [mas são como anjos no céu]", ou seja, o que o Adriano foi na Terra não tem mais significado após a morte; ele não é mais papa. Voltar |