Notas ExplicativasCanto XIV14.1 As duas almas que abrem este canto são Guido del Duca (que se identificará mais adiante) e Rinieri da Calboli. Voltar 14.2 O rio Arno que nasce no monte Falterona, na fronteira com a Romanha, e de lá flui através dos vales do Casentino. Passa por Arezzo, por Florença e Pisa, antes de desaguar no Mediterrâneo. Voltar 14.3 Os porcos são os habitantes do vale do Casentino (o vale miserável). Voltar 14.4 Os cães são os habitantes de Arezzo, que é a próxima cidade que o rio encontra, já na planície. Voltar 14.5 Os lobos são os habitantes de Florença. Voltar 14.6 As raposas são os habitantes de Pisa, última cidade por onde passa o rio, antes de desaguar no mediterrâneo. Voltar 14.7 O espírito (Guido) fala do neto do seu interlocutor (Rinieri), que é Fulcieri da Calboli, podestà de Florença em 1302. Líder do partido Neri, Fulcieri cometeu várias atrocidades contra os guibelinos e Bianchi que permaneceram na cidade [Sayers 55] Voltar 14.8 A triste selva é a cidade de Florença, onde Fulcieri governava. Voltar 14.9 Guido del Duca foi provavelmente o filho de Giovanni del Duca, da família Onesti de Ravenna que radicou-se em Brettinoro [Musa 95]. Os Duca eram guibelinos e seguidores de Pier Traversaro, líder guibelino que expulsou os guelfos de Ravenna em 1218, com a ajuda dos Mainardi. Guido simboliza o invejoso que sofre com a alegria dos outros [Sayers 55]. Voltar 14.10 Rinieri da Calboli era um guelfo de Forlì. Foi podestà de Faenza (1247), Parma (1252) e Ravenna (1265). Foi derrotado por Guido da Montefeltro (veja Inferno XXVII). Voltar 14.11 Do Pó às montanhas, do Reno ao mar: essa descrição define os limites do mapa da Romanha. Voltar 14.12 Os nobres da toscana, a maioria guibelinos, são louvados por Guido no poema original (e omitidos nesta adaptação), que lamenta o fim de sua descendência. Eles são Arrigo Mainardi - contemporâneo de Guido (veja nota 14.7), o bom Lizio da Valbona - contemporâneo de Rinieri, Pier Traversaro - amigo do imperador Frederico II (veja também nota 14.7), Guido de Carpigna - podestà de Ravenna em 1251, Fabbro de Lambertazzi - líder guibelino de Bologna, Bernardo di Fosco - nobre de Faenza, Ugolino d'Azzo di Ubaldini - nobre da Romanha, Guido da Prata - nobre de Ravenna, Frederico di Tinhoso - nobre de Rímini, A família Anastagi - guibelinos de Ravenna. [Musa 95] Veja poema original, versos 97 a 111. Voltar 14.13 Guido também ataca várias famílias e habitantes de cidades italianas (omitidas nesta adaptação), e lamenta que não tenham desaparecido: Bretinoro (vila entre Forlì e Cesena) - "por que não desapareces do mapa?", Bagnacavallo "seria bom que não tivesses herdeiros", o castelo de Catrocaro e os condes de Conio, a "demoníaca" família Pagani "quando estiverem mortos, estarão bem" e Ugolino de Fantolini - guelfo, podestà de Faenza. [Musa 95] Veja poema original, versos 112 a 123. Voltar 14.14 O freio da inveja são vozes que gritam exemplos de inveja: Caim e Aglauro. Voltar 14.15 A primeira voz é o grito de Caim, filho de Adão, que, por inveja, matou o seu irmão: "serei fugitivo e errante pela terra, e qualquer que comigo se encontrar me matará." (Gênesis 4:14) Voltar 14.16 A segunda voz é de Aglauro, uma das três filhas de Cecrops, rei de Atenas. Mercúrio, apaixonado por sua irmã Herse, pediu a Aglauro para que ela permitisse o encontro. Ela assentiu, mas Mercúrio teria que compensá-la financeiramente. Quando Mercúrio voltou, disposto a pagar o suborno que Aglauro pedisse, ela, com inveja da irmã que despertara a paixão de um deus, sentou-se na soleira da porta do quarto da irmã para impedir-lhe a entrada e disse: "Eu nunca me moverei até que sejas afastado!" "Negócio fechado!" respondeu Mercúrio, aceitando a oferta, e abriu a porta com sua vara mágica. Aglauro tentou se levantar, mas descobriu que não podia mover-se, tentou respirar, e não conseguiu. Havia se tornado uma estátua de pedra (Ovídio, Metamorfoses, livro II). Voltar |